Olá diário! Meu nome é David, e o motivo que me levou a escrever aqui é que preciso desabafar com alguém e não tenho com quem conversar. Sou casado com Sarah, e nossa relação é um tanto estranha. Quase não conversamos, e quando tento falar sobre meu problema, ela sempre me interrompe, dizendo que estou precisando descansar. Vai até a cozinha e prepara um lanchinho para mim.
Além disso, Sarah parece evitar tocar no assunto sobre meu estado de saúde. Às vezes, quando eu tento trazer o assunto à tona, ela muda rapidamente de assunto ou se ocupa com alguma atividade doméstica. Parece que ela prefere fingir que tudo está bem, evitando confrontar a realidade do meu acidente e suas consequências.
Essa atitude de Sarah só aumenta minha sensação de solidão e frustração. Apesar de estar ao meu lado, parece que ela está distante, incapaz de lidar com a gravidade da situação. A falta de comunicação entre nós só torna tudo mais difícil.
Estou deitado em nossa cama, envolto na escuridão do quarto, sentindo cada parte do meu corpo dorido e marcado pelos efeitos do acidente de ônibus que ocorreu quase dois meses atrás. A fratura no braço esquerdo limita meus movimentos, os seis pontos na cabeça são uma lembrança constante da violência do impacto, e a costela quebrada causa dor a cada respiração profunda. As várias lesões espalhadas pelo corpo são testemunhas silenciosas do caos que se abate sobre mim naquela fatídica noite.
Mas antes de me aprofundar nos detalhes daquela terrível experiência, quando o ônibus perdeu o controle e tudo se transformou em um borrão de horror e desespero, é importante voltar um pouco no tempo. Antes de tudo isso, antes de minha vida ser virada de cabeça para baixo, havia algo que eu gostaria de compartilhar com você, querido diário: como conheci Sarah.